Truman Capote era completamente contrário às críticas, dizia que o problema não era ele, e sim as pessoas que não compreendiam seu trabalho, ou não conseguiam interpretá-lo de maneira correta, e por isso o criticavam demasiadamente.
“Na época do lançamento de Other voices, other rooms, os críticos, desde o mais simpático até o mais hostil, notaram que obviamente eu fora influenciado por escritores do sul com Faljner, Welty e McCullers, três autores cuja obra eu conhecia bem e admirava muito. Mesmo assim os críticos estavam compreensivelmente enganados. Os escritores norte-americanos mais importantes para mim foram, sem nenhuma ordem específica, James, Twain, Poe, Cather, Hawthorne, Sara Orne Jewett. Entre os estrangeiros Flaubert, Jane Austen, Dickens, Proust, Chekhov, Katherine Manfield, Forster, Turgenev, Maupassant e Emily Brontë”. (CAPOTE apud PERESSIN, 2012)
Seu estilo notório frio e irônico chamava a atenção dos críticos para uma nova forma de escrita. Capote era irreverente, inovou, e isso o fez centro das atenções por não seguir o padrão jornalístico da época.
“A certa altura de Capote, Harper Lee pergunta ao amigo Truman Capote se ele está realmente apaixonado pelo assassino Perry Smith. A resposta do escritor é congelante: Ele é uma mina de ouro...” (MILLER, 2005).
No início dos anos 1960, o jornalismo ainda era cru, a ética não era tão importante quanto nos dias atuais. Se o livro A Sangue Frio fosse lançado hoje, talvez não se tornasse um Best-Seller, ou nem mesmo teria sido publicado; o envolvimento do autor com um dos assassinos por ele descrito faria com que o livro perdesse todo seu crédito.
Capote se incomodava com os críticos, mas talvez tenha vivido na década certa, com os críticos apropriados.
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